quarta-feira, 10 de junho de 2009

Evangelho de poder X evangelho fast food

Evangelho de poder X evangelho fast food



Na carta do apostolo Paulo aos Gálatas, ele Paulo mostra-se admirado pelo fato das pessoas daquela igreja estar passando do evangelho da graça de Cristo para um outro evangelho (Gl. 1:6), ou seja, uma igreja pode estar vivendo dentro do evangelho da graça, do poder e da autoridade de Cristo, como também não. Então o assunto abordado por Paulo demonstra que assim como existe um evangelho verdadeiro também existe um evangelho falso, pois o mesmo Paulo afirma que seja maldito aquele ao qual prega ou vive este outro evangelho.
Paulo começa a estabelecer alguns princípios que distinguiriam o verdadeiro evangelho do falso evangelho.
Nossa proposta aqui, também é demonstrar a diferença entre um evangelho de poder e um evangelho fast food, dando continuidade a este assunto tão oportuno para o memento em que vivemos no cristianismo moderno, ou com outros podem chamar, neocristianismo. A fase para os cristãos está dentro de uma perspectiva de crescimento muito grande, mas até que ponto este crescimento é saudável? Uma reportagem da revista Época demonstra alguns pontos preocupantes, como declara a antropóloga Christina Vital, do Instituto de Estudos da Religião (Iser), diz que a igreja evangélica caminha para uma flexibilização. “Enquanto a Católica vai dizendo ‘não pode camisinha’, a igreja evangélica vai se adaptando à sociedade. Essa flexibilidade é justamente o fator de crescimento deles”, afirma. Os evangélicos adotaram regras menos rígidas e passaram a buscar a religião não só como forma de subir aos céus, mas também de alcançar a prosperidade. “O movimento adapta-se aos costumes, o que deverá continuar nos próximos anos. Hoje já temos igrejas evangélicas que aceitam gays”, diz Christina(*).
Vejam que já nos consideram flexíveis que nosso objetivo já não é mais tanto o céu e pior diz-se que os evangélicos se adaptam ao meio, ou seja, na moral, nos costumes, no caráter e etc., e que vai continuar se adaptando. A reportagem também declara que crescerá o numero de evangélicos não praticantes, semelhante a outros credos.
E a igreja de Deus está vivendo dentro de todo este contexto. Por isso Jesus declarou em Mt. 24:4 "Acautelai-vos, que ninguém vos engane". Então quais as diferenças destes evangelhos??
1- Dependência de Deus Gl. 1:10 : Não dependemos do favor dos homens para fazer a obra de Deus, aquilo que temos que fazer devemos fazer na dependência de Deus. Muitos hoje dependem de favores para fazer a obra de Deus, tem seus ministérios comprometidos mais com os homens do que com Deus, isto não significa que Deus não precisa dos homens pelo contrário, precisa de muitos homens, mas que vivam na Sua dependência. Paulo deixa claro isto, se dependesse da vontade humana, como ele explica no v.16 "carne e sangue não consultei", ele não teria sido eficaz no seu chamado. Paulo tinha muitos cooperadores, homens e mulheres, mas o seu ministério não estava calcado em cima de seus cooperadores, mas no propósito de Deus. Ele foi designado para anunciar aos gentios o evangelho, mas muitos não tinham compreendido isto, por isso a sua veemente defesa em relação aos seus atos, pois como poderia diante da revelação do próprio Jesus se deter em esperar algum favor dos homens. Ele compreendeu que o que ele tinha que fazer não dependia da opinião dos outros ou do apoio deles, pois Paulo reconhecia sua dependência em Deus. Muitos dependem de tantas coisas, do carro, da casa, do marido, da esposa, do filho, do emprego e alguns da aposentadoria. Conheci um irmão que declarava isto: quando me aposentar ai vou trabalhar para Deus, mas mesmo se aposentando continuou trabalhando para si, aquilo que temos que fazer devemos faze-lo sem demora, a procrastinação é pecado e muitos dentro do evangelho tem procrastinado, então este evangelho que vivo é falso.
2- Nosso chamado (ministério) não é agradar aos homens (Gl.1:10 "Acaso busco eu agora a aprovação dos homens ou a de Deus? Ou estou tentando agradar a homens? Se eu ainda estivesse procurando agradar a homens, não seria servo de Cristo". NVI). Hoje se tem configurado o evangelho para agradar aos homens estabelecendo-se novos pensamentos e conceitos bíblicos. Damos glória a Deus pelo avanço da igreja, pelo crescimento da mesma, mas o crescimento não pode comprometer a santidade da igreja, se para crescermos for necessário flexibilizar a palavra de Deus para agradar aos homens estaremos saindo do verdadeiro evangelho para um evangelho falso. Entendo que a palavra de Deus se renova que temos que ter a mente renovada, mas isto diz respeito à modernidade, a tecnologia, ao estudo e as mais diversas ferramentas utilizadas para o desenvolvimento da igreja e da propagação do evangelho, mas isto com toda certeza não pode afetar a sã doutrina, pecado é pecado. Não é pecado usar um computador para acessar a internet, não é pecado ver televisão, mas pode ser pecado a maneira como usamos. É uma atitude herética flexibilizar o evangelho, pois ele já esta na medida necessária ao homem e é o homem que precisa se moldar a palavra, vive-la, guarda-la, pratica-la. Hebreus 4:12 declara que a palavra é viva e eficaz, portanto suficiente para o homem.

3- O evangelho não é de homem para homem, mas de Deus para o homem (Gl1:12): Acredito que toda experiência serve como estimulo a uma outra pessoa, mas não tem nada mais eficaz que a própria experiência que cada um de nós temos com Deus, recebemos sim a palavra "por homens e não de homens", aí esta a diferença, quando nos baseamos em experiências alheias, corremos o perigo de estabelecer uma falsa doutrina, pois nosso Deus é pessoal e se dirigi a nós desta forma, podendo usar terceiros como a palavra demonstra, mas Paulo tenta mostrar a igreja dos Gálatas que eles precisavam manter-se fiel a revelação do próprio filho de Deus, e muitos da igreja dos Gálatas evidenciaram os feitos de Jesus e até mesmo sua crucificação (Gl.3:1), mas Paulo declara a insensatez dos Gálatas, lhes perguntando quem os tinha enfeitiçados (NVI), para dar ouvidos há um outro evangelho que não era o de Cristo. Quando Paulo declara que ele recebeu o evangelho pela revelação de Jesus Cristo, ele está declarando que o evangelho é Cristocêntrico. Jesus está no centro, é Ele que nos da o rumo, nos aponta a direção pela sua palavra, e também pela instrução de homens tementes a Deus que vivem um evangelho de poder, e que falam "á" palavra de Deus, outros querem só falar "dá" palavra de Deus. O evangelho é: As boas novas do reino de Deus que já chegou entre nós.


Conclusão: Esta orientação do apóstolo Paulo se enquadra dentro do contexto que estamos vivendo como igreja, até que ponto nosso evangelho é um evangelho eficaz para a salvação do perdido, será que o perdido não tem ficado mais perdido ainda devido a flexibilização do evangelho, nos apelos era comum cantarmos aquele cântico que dizia: "eu venho como estou", ou seja, a intenção era mostrar o amor de Deus ao pecador, e que a morte de Jesus foi por causa do pecado, mas que agora no seu gesto de se achegar até Jesus ocorreria uma transformação na sua vida. Ainda hoje se continua cantando o mesmo cântico, mas parece que acrescentaram uma outra frase que diz: " e eu fico como estou". O evangelho de poder efetua transformação nas vidas, gera arrependimento, confissão de pecados, libertação e cura dos traumas e feridas. Algumas pessoas acham que podem ser libertas pelo exorcismo, pelo sai, sai. Se não houver arrependimento é só barulho, quantas vezes se vêem uma mesma pessoa manifestando um espírito maligno? O que adiante expulsar, se não há conversão, arrependimento, abandono das práticas pecaminosas, sabe que muitas vezes se é necessário expulsar os espíritos malignos, mas a partir de uma ministração correta, da conversão da pessoa, do compromisso da pessoa com Jesus.
O evangelho é o poder para cura das enfermidades, pela oração da fé e de um justo. Este evangelho fast food é um evangelho de barganha, "Deus tu me abençoa que eu te sirvo, Deus eu dizimei R$ 100,00 quero meu rendimento de 100 vezes mais". Que a igreja se levante com o poder do evangelho de Deus para transformação das pessoas, das ruas, dos bairros, das cidades, dos estados e da nossa nação.

José Carlos, pr.




(*) Reportagem revista Época. http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI74084-15228,00-METADE+DO+BRASIL+SERA+EVANGELICA.html

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